PELO SEU ENVOLVIMENTO EM ACÇÃO HUMANITÁRIA

A esposa do Presidente da República, Isaura Ferrão Nyusi, tornou-se na terceira personalidade a ser outorgada o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Rovuma (UniRovuma), em cerimónia realizada, em finais de julho, no Centro Cultural desta instituição de ensino superior, na cidade de Nampula.

Com o anfiteatro do Centro Cultural repleto de diferentes individualidades, incluindo o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, Isaura Nyusi recebeu as respectivas insígnias de Doutora Honoris Causa do Magnífico reitor da UniRovuma, Prof. Doutor Mário Jorge Brito dos Santos.

A atribuição deste título deveu-se ao reconhecimento da UniRovuma pelo papel que a Primeira Dama de Moçambique tem demonstrado ao longo dos últimos 10 anos em acções tendentes a apoiar seus concidadãos afectados por diferentes intempéries naturais, ao combate a desistências de raparigas das escolas, aos idosos, entre outras.

Foi na base disso que o reitor da UniRovuma, Prof. Mário Jorge dos Santos, sustentou que a outorga é o mesmo que falar de uma figura incontornável no âmbito da acção humanitária no país, o que não sugere reservas a quem quer que seja.

Ele acrescentou que o reconhecimento à escala global pela dedicação e causa do bem-estar da população desfavorecida, vítimas de acções violentas dos insurgentes e outras, como matérias que convenceram o jurado, liderado pelo Prof. Catedrático Armindo Ngunga e, por via disso, aprovou a atribuição deste título honorífico.

Todos nós reconhecemos o contributo que a senhora Isaura Nyusi tem dado para a construção de uma sociedade moçambicana de paz, harmonia e justiça social, o que faz da outorgada uma figura de qualidades extraordinárias, sublinhou Brito dos Santos.

Por sua vez, Isaura Nyusi apelou a sociedade para reflectir sobre a família, sobretudo da necessidade de se observar os inúmeros desafios que caracterizam os âmbitos económico, ideológico e cultural, o que faz com que as famílias não deem o real contributo com vista ao desenvolvimento de Moçambique.

A outorgada adiantou que a sua experiência leva-lhe a concluir ser importante devolver aos bancos da escola milhares de raparigas em situação de desistência escolar por falta de condições por parte dos seus pais e/ou encarregados de educação, ou por ainda viverem em uniões prematuras.

Educando as raparigas podemos contribuir para a redução dos índices de desnutrição crónica em crianças e adultos, garantir a saúde sexual e reprodutiva em mulheres e homens, empoderar as mulheres, com especial atenção nas raparigas, para tomar melhor decisões em relação à sua saúde, sublinhou a esposa do Presidente da República.

Do seu leque de acções constam, igualmente, a mobilização de recursos para intervenções que visam a redução da mortalidade neonatal, devolução da dignidade aos idosos e promoção da igualdade de género.

Segundo Nyusi, foi na base dos pontos constatados que se fez ao terreno na tentativa de se estabelecer uma sociedade moçambicana de paz, harmonia e justiça social, onde o ser humano se assuma a base da sociedade e cada um se sinta activo na construção do país rumo ao seu desenvolvimento integrado.

É nesta perspectiva, de acordo com as suas palavras, que se enquadram os programas eu sou capaz, lanche escolar, campanhas de vacinação, rastreio do cancro da mamã e do cólo do útero nas mulheres e próstata nos homens e acções de defesa ao idoso.

Por sua vez, a madrinha da outorgada, Prof. Doutora Benigna Zimba, afirmou, em defesa da sua afilhada, que as actividades de Isaura Nyusi durante este período se confundem com a paixão que ela tem para as causas sociais em Moçambique.

Como Primeira Dama, não é sua obrigação fazer o que ela tem feito em prol do bem-estar das populações, mas o faz por um forte sentimento que tem para com as pessoas carentes e afectadas por situações que lhes trazem tristeza, acentuou Benigna Zimba.

A outorga deste título à nova Doutora Honoris Causa esteve associada à realização do III Fórum da Acção Humanitária e Responsabilidade Social, organizado pela Universidade Rovuma, em parceria com a Rádio Moçambique e a Associação Luta Contra a Pobreza.

As duas outras figuras atribuídas este título pela UniRovuma são o artista-plástico Justino Cardoso e a ceramista Reinata Sadimba.

A cidade da Ilha de Moçambique acolheu, no último dia 3 de maio, a sessão ordinária do Conselho Universitário (COUR), destinada a eleger o seu corpo dirigente para os próximos cinco anos, tendo saído vencedor o Magnífico reitor em funções, o Prof. Doutor Mário Jorge Brito dos Santos.

O Prof. Mário Brito dos Santos concorreu sozinho à vaga, tendo sido eleito pelos 16 membros do Conselho Universitário presentes no encontro, arrecadando 100 por cento dos votos disponíveis, números que, segundo fontes, espelha a confiança que aqueles têm para com o reitor eleito.

O processo eleitoral envolveu, igualmente, a escolha dos Vice-reitores para os pelouros Administrativo e Académico, saindo vencedores, respectivamente, os Prof. Doutores José dos Santos Baptista e Ibrahimo Mussagy, um quadro sénior da Universidade Católica de Moçambique (UCM).

Para o pelouro Académico, Ibraimo Mussagy, derrotou o seu oponente Laurindo Caetano, actual director da Faculdade de Educação e Psicologia (FEP), por 11 contra 5 votos, equivalentes a 68.75 por cento dos votos e 31.25 por cento.

Na área Administrativa, José dos Santos Baptista afastou da corrida eleitoral o seu adversário, Armando Tomás, por uma larga margem de 14 (87.5 por cento) contra 2 votos (12.5 por cento), sendo o resultado mais expressivo registado neste pleito universitário.

Esta é a primeira vez que a Universidade Rovuma elege um Vice-reitor para o pelouro Administrativo desde a sua criação há cinco anos, tendo conhecido apenas o Vice para a área Académica, a Prof. Catedrática Sarifa Fagilde, a qual não concorreu nestas eleições.

Este processo está a ocorrer nas Universidades públicas existentes no país, pelo menos as chamadas UniRios saídas do desmembramento da antiga Universidade Pedagógica, tendo o primeiro escrutínio sido realizado na Universidade Save.

Contudo, os resultados conseguidos pelos concorrentes dessas instituições não constituem o fim do “bolo da cereja”, pois todos os processos devem seguir, posteriormente, à Presidência da República para a respectiva homologação.

Por outro lado, o Presidente do COUR, Prof. Doutor Príncipe Uataia, a Vice-reitora da UniRovuma, Prof. Catedrática Sarifa Fagilde, consideraram o pleito eleitoral como positivo e que o mesmo foi o resultado de um trabalho realizado em equipe.

Os pressupostos legais do processo

O processo eleitoral foi encabeçado por uma Comissão Eleitoral constituída por cinco elementos, nomeadamente, Aurélio Bernardo (Presidente), Júlio Pedro, Ana Luísa Chiluvane, Alex Samuel Artur e Esperança Lumenta Afonso.

A constituição desta comissão foi aprovada na 1ª Sessão Extraordinária do COUR, realizada no dia 3 de Abril de 2024, ao abrigo do disposto na alínea d) do número 45, dos Estatutos da UniRovuma, aprovado pelo Decreto número 7/2019, de 18 de Fevereiro, conjugado com o número 1, do artigo 29, do Regulamento Eleitoral desta Universidade.

Ela foi encarregue da direcção do processo eleitoral dos candidatos aos cargos de Reitor e Vice-reitores da UniRovuma, tendo obedecido ao Regulamento Eleitoral e aos Estatutos da Universidade Rovuma.

É no quadro das suas competências que a Comissão Eleitoral recebeu um total de 6 candidaturas, sendo uma para Reitor, 3 para Vice-reitor do Pelouro Académico e 2 para o Administrativo.

A comissão reprovou a candidatura do Prof. Doutor Calisto Manuel Máquina, que concorria para Vice da área Académica, por a sua documentação estar incompleta, pois não apresenta documento que comprove estar enquadrado na categoria mínima de Professor Auxiliar e, tendo sido notificado para anexar o documento em falta, retirou, de forma expressa, a sua candidatura.

Com o abandono do Prof. Calisto Máquina, concorreram ao cargo de Vice-reitor Académico os Prof. Doutor Laurindo das Dores Caetano e Ibraimo Hassane Mussagy, este último sagrado vencedor.